segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Não lhes faltava nada

O caso dos brasileiros que assaltaram o Banco Verde em Lisboa, não longe da Penitenciária, ao que parece, trouxe-me à memória uma "coisa" passada (ou supostamente passada, não lembro bem) com Dorival Caymi, se não erro, e que um celebrado humorista (julgo que o Manuel Vasconcelos) divulgou por cá para nosso gáudio. Era assim: Um concorrente ao Programa exasperou tanto o apresentador que este não se conteve: - Para burro só lhe faltam as asas.
Ao que o outro respodeu num alarve gargalhar: Um burro não tem asas. - Então não lhe falta nada - lapidava o apresentador.
Pois é. Os amigos brasileiros parece que também não andavam londe de ser "anjos"
- Então com a Penitenciária ali ao lado, não era melhor terem-se entregado logo!? Eram julgados, condenados, recorriam e só lá passavam a noite, ou, se a "vuncha" não fosse má de todo, iam à hora do jantar. Ficavam com o dia livre par tentar melho sorte...

Coisas que se vão passado - Nem dá pr'ó tabaco

Quando o governo socretino, julgo que então com o apoio de gente da chamada oposição, decretou a proibição absoluta de fumar nos Restaurantes, muitos de vários quadrantes clamaram contra o rigor de uma lei, que, impondo-se à liberdade de escolha, reconhecida e protegida pela Constituição, bulia com a liberdade dos cidadãos, obrigados a serem “sãos”. O absolutismo do decreto, dava-lhe um sentido fascista, se é que à palavra, usada e abusada, tem ainda algum sentido, pois impedia a escolha consciente de cada qual. Uma coisa é alertar para o perigo, outra é coarctar o livre arbítrio. Estive sempre com os que assim pensavam.
Cabe dizer aqui, que não sou fumador e só em casos muito raros, quando a excelência gastronómica da casa fosse uma tentação e o “obrigasse”, optaria por Restaurantes onde fosse permitido fumar indiscriminadamente, isto é, sem uma zona, para não fumadores; zona que não necessitava de ser totalmente isolada.
Num curioso artigo do El País, de autoria de um deputado ou figura proeminente do PSOE, cujo nome não lembro, li em tempos que o governo impondo a Lei do Tabaco estava a criar um precedente perigoso, dado que seria um primeiro passo, para implicar com os gordos, os boémios, os que se estendem ao Sol, isto é, estaria a impor-se à liberdade a que o cidadão tem direito e a Pessoa Humana exige. E não nos esqueçamos que a Lei de Espanha não é fascizante, pois deixa ao dono dos Restaurantes o direito de optar e ao cliente a liberdade da escolha.
Quero com isto lembrar que a Lei do tabaco teve os seus opositores, mesmo entre aqueles que, como eu, não fumam e são gastrónomos. Recordo igualmente que a crítica foi feroz e a ASAE, mais uma vez posta em causa pelo pidesco das suas intervenções.
Ora bem, o Dr. Alberto João Jardim levou ao Parlamento madeirense uma lei, que localmente, minorava o contra senso da Lei socretina.
Muito judiciosamente, como por cá, pelo Continente, muitos pretendiam, deixou-se, ali, aos empresários madeirenses a possibilidade de optar.
Não concordou o Senhor Ministro da República e no pleno uso das suas funções requereu ao Tribunal Constitucional a fiscalização da constitucionalidade da medida tomada pelo Governo da Região Autónoma numa manifestação de autonomia, salvaguardando, assim o entenderam, os interesses da Região - tal como os regionalistas pretendem para as Regiões, ou seja uma autonomia que, sem perturbar a unidade Nacional, nos defenda do centralismo do Terreiro do Paço, ou melhor, de São Bento.
O Tribunal supremo, definiu como ilegal a disposição saída da Assembleia Regional da Madeira.
Não se discute a decisão. Também a não discute o Dr. Alberto João Jardim, que, declarou-o já, vai acatar a norma, embora continue a discordar da bondade da Lei.
Tudo bem. Entendem-se as razões de parte a parte. O que não dá para entender é os nossos media, que, em tempo, guarida deram à contestação dos que discordaram e discordam da lei, tomando mesmo, alguns, partido ao lado dos críticos, virem agora, exultar com a decisão, rotulando-a de derrota do Dr. Alberto João.
O caso é que esta nossa “Inteligência” nem dá p’ró tabaco.